segunda-feira, outubro 31, 2005

Alice



A tentação de adjectivar um filme destes é grande. Escolho palavras como genial, sublime, arrasador, mas tudo me soa redutor numa experiência como esta.

Duas pessoas paradas no tempo, atónitas com o desaparecimento da filha, sem saber o que aconteceu. A mãe, Luísa, encharcada em comprimidos, o pai, Mário, numa busca incessante, louca, repetida ao minuto numa rotina diária, procurando nas milhares de almas penadas que por ele passam, todos, todos os dias, reencontrar um rosto, uns caracóis e um casaquinho azul.

E o espectador é levado nesta procura ficando desgastado, mais triste, menos vivo, à medida que as pessoas passam em vão, quando já não restam forças para continuar a procurar, quando se deseja enfim que o ponteiro dos segundos se liberte do seu engasgo e prossiga na contagem do tempo, deixando para o passado um presente tão doloroso.

Nuno Lopes e Beatriz Batarda são espantosos. Está para além do meu entendendimento como é possível alguém representar de forma tão verdadeira, tão intensa e verosímil o sofrimento humano. O olhar do Mário, carregado de tristeza, de angústia, transportando e contagiando-nos com o sofrimento da perda, paralisado pela incerteza. O choro desesperado da Luísa, na esquadra, quando o inspector cruel e friamente lhes diz que é habitual os desaparecimentos se resolverem em dois dias, bem longe dos quase duzentos que eles já passaram.

A música de Bernardo Sassetti é eficaz na caracterização minimal repetitiva/dramática.

E Marco Martins, realizador e argumentista, na sua estreia em longa-metragem, dando-nos uma Lisboa chuvosa, feia, desumanizada pelos prédios suburbanos, pelos carros que rasgam o asfalto, pelos mortos-vivos que, indiferentes, se cruzam connosco na sua rotina diária, inútil, desprovida.

Um filme deprimente, brutal, mas absolutamente imperdível.

domingo, outubro 30, 2005

Dilema



Há alturas da vida em que isto acontece. E é muito fodido. Com u.

sexta-feira, outubro 28, 2005

O queres tu para o natal, meu menino? Uma luzidia careca,pode ser?

A ideia para este post nasceu de uma conversa que tive com o Lua Nova sobre mais uma problemática que costuma ser comum nos homens de trinta anos ( em algumas mulheres também, mas em muito menor percentagem ): a cálvice.
Compreendo perfeitamente que haja quem não goste de ter meia dúzia de pintelhos no cucuruto quando em tempos ostentava uma frondosa melena.
Para alguns é capaz de ser traumático, até.
Lá se vai o sex-appeal com as putas, mas é assim a vidinha!
Pessoalmente não me incomoda muito deixar de ter cabelo.
Portanto quando a altura chegar, vou rapar o pouco que me resta, que é uma beleza!
Quando usava o cabelo rapado, até achava muito fixe e não dava trabalho nenhum.
Vendo pelo lado positivo, até tem as suas vantagens, não ter cabelo.
Um gajo não perde tempo a ajeitar a melena, a pentear e a acertar aqueles cabelitos mais espigadotes.
Para um gajo preguiçoso como eu, até acho que é melhor assim.
Acho ridículos aqueles fregueses que usam capachinho ou os que deixam crescer o cabelo dos lados para cobrir a parte de cima da cabeça.
Haja desconfiómetro!
Há que assumir o que a natureza nos dá, ou tira, neste caso concreto.
A quem nada mais resta do que a nostálgica lembrança dos tempos em que era portador de uma imponente “juba”, fica aqui uma palavra amiga:
-Não se apoquentem com isso. Deixem-se lá da síndroma de Sansão, foda-se!
Ser careca também é fixe, caralho!
Mas se não aguentarem viver sem cabelo, usem a técnica da rolha queimada. É barato e disfarça bem.

Adorei, adorei, adorei!



Divirtam-se em NY!!!

quarta-feira, outubro 26, 2005

Guia sucinto para ser ser muito macho.

Como sabem, existem muitas coisas que fazem de nós uns grande machos.
Coisas que nos distinguem dos demais seres humanos com órgão sexual masculino.
Algo que nos dá um estatuto especial, um ascendente sobre os rapazolas aspirantes a Homens com H grande.
O que se segue pretende ser apenas um pequeno exemplo de alguns conceitos fundamentais para um gajo ser um verdadeiro machão, cheio de testoterona.

-Saber abrir uma garrafa de vinho de olhos vendados, sem partir a rolha ou entornar.

-Ter frondosos tufos de pêlos no peito

-Saber todas as marcas de carros, motos e respectivos acessórios, bem como as ultimas novidades do mercado.

-Escarafunchar a cera da orelha com a unhaca do dedo mindinho e escarrar ruidosamente para o chão.

-Dar estrondosos traques e arrotos a ver as partidas de futebol na televisão.

-Dar estrondosos traques e arrotos.

-Esmagar latas com as mãos e partir nozes com um simples apertar de dedos.

-Mandar bocas porcas às garinas.

-Andar com várias gajas ao mesmo tempo (quanto mais melhor).

-Ler os jornais desportivos todos os dias.

-Ser alarve a comer, ou seja, enfardar até ficar maldisposto (Dica: tudo muito saturado de gordura e picante).

-Usar tatuagens com “Amor de Mãe” ou “I Love Jaquina” (ou outras de igual requinte).

-Dar grandes tareias às namoradas quando elas se recusam a serem servis.

-Dar grandes tareias aos galifões que olham mais de 3 segundos para as namoradas.

-Dar grandes tareias de uma maneira geral.

-Beber bebidas alcoólicas até “ficar satisfeito”, ou seja, até vomitar.

-Tomar banho uma vez por semana e andar “com os pés prá doca”.

-Usar bonezinho com a pala para o lado.

-Usar múltiplos adereços, tais como fios, colares, pulseiras e brincos.

-Ter um bólide potente, de preferência todo “kitado”.

-Não ter medo de nada. Isto é um factor absolutamente fundamental.

-Riscar conceitos maricas como amor, sensibilidade e carinho do código de conduta.

-Ter em conta que todos e quaisquer conflitos entre homens DEVEM ser SEMPRE resolvidos à porrada.

-Deixar o tampo da sanita aberta.

-Polvilhar bem a casa de banho de água e pêlos da barba.

-Fazer desportos radicais.

-Ignorar todas as regras de segurança no trânsito.

-Comer de boca aberta e muito depressa.

-Besuntar bem a melena com copiosas quantidades de gel.

-Falar alto ao telemóvel.

-Ter um andar gingão.

-Ser fã dos filmes do Chuck Norris e do Steven Seagal.


To be continued…

terça-feira, outubro 25, 2005

Já tenho saudades



Desde a última vez que carreguei no botão, nunca mais vi o querido anônimo por aqui. E já tenho saudades dele.

Fui à bola ver o Glorioso!

É verdade. Caiu-me um bilhete do céu e aproveitei para ver como foram gastos os meus impostos em 2004. O estádio é grande, moderno, mas não condiz minimamente com o público que o frequenta. A horda de adeptos de futebol está para aquele estádio como os chungas do meu Liceu estavam para a Anabela do 10ºA (lembram-se, amigalhaços, a das mamas?). Assim, preferia o velhinho estádio da Luz, onde me sentei tantas vezes naquelas bancadas de cimento em noites chuvosas e frias que passavam despercebidas tal o calor humano que emanava do entusiasmo do povo a ver as triangulações mágicas do Carlos Manuel com o Diamantino e o Rui Águas.

O jogo tem pouca história, mas antes dos dois centros milimétricos do puto Nélson, um chaval fabuloso que vai dar muito que falar, ainda mal tinha chegado ao interior do estádio, dei de caras com a namorada do líder da claque Diabos Vermelhos. Dei de caras, não, dei de cús.





Como é meu hábito, limpei a baba que escorreu involutariamente para a camisa vermelha, e segui a bolha com atenção.

Na bancada, junto aos Diabos, era este o ambiente. Tudo malta com bom aspecto.




Este estava a pensar nas diferenças entre o treino específico nas vertentes físicas, técnicas e tácticas e o treino holístico, à Mourinho, com situações de jogos em desempenho de alto rendimento para aperfeiçoamento psicomotor.





E estas queridas estiveram o tempo todo a chamar-me para eu ir lá ter com elas. Malukas!




Mas o mais importante foram os dois golitos que nos deram a vitória! Aqui, vemos os festejos do segundo, pelo Nuno Gomes.

domingo, outubro 23, 2005

Finalmente, o grande encontro!

Finalmente ocorreu o tão falado mas nunca concretizado encontro inter-bloguistico entre a “Vida é uma festa” e o “Sexo e o Bairro”.
Fui o único representante do nosso blog a estar presente, perante três das intervenientes do SEOB ( Charlotte, Carrie e Samantha ).
Sem entrar em detalhes, devo dizer que achei a companhia delas uma delícia.
Um grande bem-haja para vocês, minhas queridas, que foram amorosas e puseram-me completamente à vontade ( para um gajo inibido como eu, foi o melhor que me podia acontecer ).
As expectativas que eu tinha foram alcançadas, e atrevo-me a dizer que até foram ultrapassadas em simpatia.
Estava curioso em saber como seria a sua dinâmica de grupo, e depressa pude constatar que essa dinâmica existe de uma forma muito cúmplice e espontânea, tal como no nosso quarteto de amigalhaços.
Isso foi bonito de ver e sentir, e apesar de serem todas diferentes, há toda aquela empatia e coesão que só são possíveis quando existe a força de uma grande amizade por detrás.
A conversa “rolou” fluida e sem preconceitos, e apesar da minha inevitável timidez, rimos, brincámos e falámos sobre imensa coisa.
Em suma, diverti-me bastante e o tempo passou num ápice.
À Charlotte de olhar terno e sorriso contangiante, à Carrie com o seu ar de teenager e grandes olhões verdes e finalmente à Samantha, que faz lembrar aqueles ursinhos de peluche muito fofinhos que só apetece abraçar, e que foram uns doces por me terem aturado, um grande saravá para vocês!
Fui a este encontro um pouco à descoberta e sai dele com a certeza de que tinha ganho três amigalhaças.
Espero que doravante se repita por muitas e mais vezes!

PS: Correm por aí uns rumores que o Mundus é um grande garanhão e um monte de outras tretas que só me dão vontade de rir.
Não creiam nesses boatos, caros amigos.
Serve esta missiva para desmistificar este recente mito urbano que se começa a desenhar sobre a minha pessoa, e para repor a verdade dos factos.
O teor destes rumores não podia estar mais longe da verdade, isto porque o Mundus na verdade é um “nabo com uma rama até ao céu” e não um grande sedutor, sempre pronto a fazer “charminho” junto da populaça feminina.
Bem sei que com isto, lá vai a fachada com o caralho, mas antes assim do que ter a fama sem ter o proveito.

Estou rico!!!

Sou leitor assíduo do Bola na Rede B, um blog sobre futebol com muito humor. Os gajos têm lá um concurso baseado nos critérios da Bet and Win, a casa de apostas virtual que patrocina a SuperLiga, e esta semana resolvi começar a jogar.

Cada jogador tem 10 quando começa o jogo e resolvi apostar tudo no Vitória de Guimarães. Os minhotos foram a Setúbal ganhar um a zero e assim fiquei com 35,5 pontos.

Isto não vos interessa nada se não começarem também a jogar. Vá lá, provem que percebem mais de futebol do que eu!

She's a beauty!



Digam lá se isto não é uma beleza!!

Agora não posso.

Hoje é um daqueles dias em que tenho imensas ideias para por aqui neste magnífico blog, vários assuntos que quero partilhar convosco, saber as vossas opiniões, provocar o meu querido anónimo (anônimo para os amigos), contar as minhas mais recentes façanhas, gritar ao Mundo a minha admiração e devoção pelo novo guru da fina arte da sedução, o Mundus, mas não posso porque tenho uma série de tarefas domésticas inadiáveis.

Até um semi-Deus como eu tem por vezes que ceder às preocupações mais terrenas e dispensar algum do seu precioso tempo, apesar de eterno, na manutenção das condições de habitabilidade mínimas. É o que dá ter dito à criadagem para ir mais cedo para a herdade tratar dos cavalos.

sábado, outubro 22, 2005

Eu tenho a mania que sou um galaró...



...mas quem me dá lições de charme é o Mundus!

quinta-feira, outubro 20, 2005

O nosso galo é bom cantor!



Há quem acuse alguns de nós com o termo "chicken", incluído no saco de neo-logismos anglo-saxónicos que muita elite intelectual usa de forma irritante para compensar a frustração de viver num país merdoso como o nosso em vez de ter ido para o "estrangeiro" ver e vencer.

Nós somos o que somos, mas dentro deste grupo de javardos, o menos provável corajoso revelou-se o verdadeiro, o único, o inimitável, o mítico Garanhão das Estepes da Manchúria!

E eu não quero que pensem que estou aqui com dor de cotovelo, estou é muitíssimo orgulhoso. Depois de horas a tentar ensiná-lo a sacar uma rolha de um Bordeaux de 1965, vendo-me ultrapassado na Arte da Sedução, sinto uma lágrima de carinho fraternal a correr-me pela face. Vai-te a elas, meu querido! Depois conta-me tudo!

segunda-feira, outubro 17, 2005

Guia grunho do engate

Petizada, este post é dedicado a todos que brincam com a pilinha há algum tempo, mas sentem já a necessidade de evoluir para algo mais frutuoso.
A punheta é uma prática muito engraçada, mas convenhamos que passado um tempo, se torna um tudo nada monótona.
Estou aqui para vos ajudar a arranjar (vulgo “engatar”) parceiro(a) amoroso e começar a praticar aquilo que se encontra tão profusamente retratado na Internet e em alguns filmes que as gajas nunca viram, nem querem ver.
(Nunca na vida! Não senhor! Credo! Que horror! Mas… como é que ela consegue…?)
Fica desde já um aviso, vai dar trabalho.
Para começar, vai exigir da vossa parte, um exercício de investigação e adaptação que lhes vai ser vital para atingirem os vossos intentos.
Passo a explicar, por exemplo, vão ter de reaprender a sentir prazer. Sim, porque como calculam, a mãozita da sarapitola é anatomicamente diferente e dá outro tipo de sensações que o órgão sexual feminino (já para não falar noutros orifícios).
Mas não vou falar destas questões mais técnicas com vocês, deixo apenas o alerta: Se não gostarem à primeira, não desanimem. Com o tempo isso vai. Não vão querer outra coisa, garanto-vos.
Bom, se quiserem é muito mau sinal! Não queremos cá pagnilieris.
O engate no fundo, é como ir à caça. Primeiro estuda-se a presa.
Esmiúça-se com detalhe os seus hábitos, as suas fraquezas, antes da perseguição que culmina com a investida final.
Paciência e perseverança também são requisitos obrigatórios. Será perfeitamente normal não serem bem sucedidos logo à primeira, portanto, não desistam.
Isto das gajas é como os jogos de computador. Quanto mais maduras, mais aumenta o grau de dificuldade.
Por isso recomendo começarem pelas mais novinhas. Adolescentes ainda a cheirarem a leite, de preferência.
São infinitamente menos interessantes, mas dão menos luta e dá-vos “calo” para avançarem para uma parada mais alta.
É também de extrema importância conhecerem bem o universo feminino e as suas problemáticas. Dica: Leiam revistas femininas (pode ser que aprendam umas coisas).
Saliento igualmente a importância do vocabulário e postura apresentadas na presença de uma garina.
Lamento, mas o escarrar para o chão, arrotar, expulsar flatulências e escarafunchar a cera da orelha com a unha do dedo mindinho, são expressamente proibidos.
Também se aconselha um certo requinte na maneira de vestir. Portanto, fora com o bonezinho gasto pelo sol, os cordões de ouro dependurados no pescoço, os 3 quilos de anilhas que ornamentam os vossos deditos e as calcitas rotas na peida.
Muito importante: Cuidadinho com a higiene pessoal!
Dentinhos cheios de “puré de ervilha” e cheirinho a bedum, não costumam ser muito bem aceites pelo gajedo (a não ser que o gajedo também seja fã deste tipo de fragrâncias).
Então e locais de engate, perguntam vocês!?
Os rotineiros locais de grande aglomeração de maralha serão os ideais para putos inexperientes, mas se estiverem de olho aberto (salvo seja), podem encontrar material de qualidade em todo o santo lugar.
Antes do primeiro contacto, aconselha-se um olhar rápido aos dedos da jovem, a fim de encontrar uma hipotética aliança, que representa em regra, um acréscimo substancial no grau de dificuldade.
Uma pesquisa às proximidades do vosso alvo também é recomendado, pois evita o dissabor de levarem dois soquetes nos cornos do namorado de 2x3 metros que estava a falar com o casal do lado.
O contacto visual é outro aspecto a não descurar. O filme “Love and Death” do Woody Allen é uma referência no que toca a joguinhos de olhares.
Outra dica, organizem nas vossas cucas, uma lista de possíveis temas de conversa.
Não vá o diabo tecê-las e fiquem vocês a balbuciarem palavras sem nexo perante o olhar surpreso da “pikena”. Em suma, sejam interessantes.
Por favor, nada de conversas sobre bola, carros e motas, por favor.
Conversas com muita testoterona são a evitar.
Tenham calma e não olhem ostensivamente para o decote da jovem, é de mau gosto e revela logo os vossos intentos (como se elas não soubessem logo).
Convém começarem a poupar uns guitos, porque vão ter de as presentar pontualmente com os miminhos que as mulheres gostam (florinhas, jóias, jantarinho fora, massajador facial, etc).
Dêem-lhes mimos, sejam gentis, façam-lhes umas carícias, mas com CALMA.
Não vão com muita “sede ao pote”!
Um pequeno toque aqui e acolá, mas com subtileza. Isto não é como os filmes do “muito melhor” que vocês vêm às escondidas dos vossos progenitores, em que uma gaja pergunta as horas a um grupo de galifões de corpo doirado pelo sol, para 15 segundos depois estar a ser violentamente invadida por todos os orifícios (visão bonita, por acaso).
Uma última dica, mas não menos preciosa, finjam acreditar naquele mito urbano que é “o amor”.
As gajas curtem à brava gajos muito apaixonados e seguros de si.
Demonstrem que têm confiança e que são muito MACHOS, sempre prontos prá porrada, quando a situação assim o exige (quando o empregado de mesa demora mais de 2 minutos a trazer o café, por exemplo), mas não se esqueçam de demonstrar sensibilidade qb.
Bom, basta de teoria, só me resta desejar muito boa sorte a todos vocês e bons pirafos.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Trintanos.

Nunca fui gajo que desse relevância aos aniversários e ás respectivas datas (para desespero da alguns familiares), mas este ano cheguei a uma idade que se reveste de um significado especial.
Cheguei aos 30. Esta bonita idade costuma suscitar as mais variadas inquietações nas cabeças de muita gente.
Confesso que apesar de não ligar a essas coisas, chegar aos trinta deixa-me algo perturbado.
Por exemplo, maturidade costuma ser um conceito que costuma estar associado a pessoas já nos trinta.
Por muito que me esforce, não encontro vestígios de tal coisa na minha pessoa, o que me deixa apreensivo.
Como é algo que não se adquire nas lojas, vou ter que esperar pacientemente que a vida se encarregue de me explicar o que isso é.
Até lá vou ter que continuar a ser esta eterna criança grande.
Não é que ser um puto num corpo de homem me incomode por aí além, até porque é muito mais divertido.
Esta é também a altura na vida de um gajo, em que há a necessidade premente de se fazerem balanços de vida e essas tretas todas.
Sabem como é, há todo um “bundle” de questões que assolam as mentes mais inquietas nessas circunstâncias.
Consegui concretizar algum objectivo pessoal de grande monta (como casar e ter filhos, ter uma casa de campo, praticar o coito com uma malabarista sueca)?
Tenho a carreira profissional que sempre desejei?
Tenho carreira profissional?
Tenho uma vida afectiva estável e sólida?
Tenho vida afectiva?
Como sou como pessoa? Uma jóia? Um crápula? Um santo? Um labrego do pior?
Dou a devida atenção a quem merece?
Estou em boa condição física? Terei condições para me qualificar para as próximas olimpíadas?
Tenho condições para realizar os meus planos para o futuro?
Sou feliz? Senão, onde é que compro o manual de instruções para o ser?
É que o vizinho do 2º Dir. anda sempre com ar tão satisfeito…
Gostava de saber o que ele tem a mais do que eu!
Pessoalmente, não quero perder nem um segundo com estas questões, porque se o fizer, temo que corro o sério risco de ficar deprimido, e para depressões já basta olhar para o meu saldo bancário.
No entanto, estou consciente que a minha vida podia ter levado outro rumo, se tivesse escolhido o caminho mais difícil nas encruzilhadas da vida.
Mas para isso, é preciso ter “tomatinhos” e capacidade de sacrifício.
Nem sempre foi o caso, na maioria das vezes, aliás.
Assim sendo, apesar de tudo, até nem me posso queixar.
Outras questões incontornáveis na lista de inquietações dos trintões, encontram-se também coisas engraçadas como a crença no “destino” ou na existência de vida depois da morte.
Isto porque todo este tipo de dúvidas fodidas costumam vir em catadupa em quem faz este tipo de análise à vida.
Haver vida depois da morte até parece uma ideia com piada, pelo menos ainda podemos andar a foder a cabeça uns aos outros por mais algum tempo.
Mas deixarmos aqui na terra, a nossa “carcaça” a que chamamos corpo, não augura nada de bom para uma saudável vida sexual numa outra dimensão.
Não me parece que os espíritos tenham muita capacidade para copular como deve ser.
Afinal, meter o quê, e onde?
Parece que a adaptação a esta nova realidade vai requerer muito esforço e dedicação da minha parte, mas vendo isto pelo lado positivo, pelo menos não vou ter problemas de impotência ou ejaculação precoce.
Certamente vai ser difícil romper com certos hábitos terrenos. Por exemplo, teremos hipótese de ver os jogos do glorioso num qualquer canal celestial?
Quanto ao destino, prefiro não acreditar que temos um caminho predefinido na jornada na vida, que não temos poder de escolha. Há um nisto um grau de inevitabilidade que não me agrada.
Por essas e por outras, e perdoem-me o pessimismo, costumo dizer que isto de estar vivo, um dia ainda acaba mal.

terça-feira, outubro 11, 2005

Mais coisas que me irritam

15. Gajos que se vestem à freak, que se dizem anti-globalização mas que quando vão a um restaurante africano pedem um bitoque.

Tudo pelos ares!

Sempre ouvi dizer que com a natureza não se brinca, mas desta vez foi ao contrário.
A natureza gozou literalmente com a nossa cara, ou melhor, trocou-nos as voltas.
Agora que íamos ter o nosso devastador tufão…
Havia aquele entusiasmo de termos um desastre natural de acordo com a grandeza de um país com séculos de história.
Suponho que os tufões estejam reservados para países de maior envergadura como os EUA, o que é uma pena.
Nós como somos pequeninos, uma qualquer tempestade tropical serve perfeitamente (nome exótico, no entanto).
Não há direito! Fazerem um gajo encher-se de coragem, e à revelia dos insistentes apelos da protecção civil, estar à hora marcada, altivo, de peito cheio, do alto da sua varanda, pronto a enfrentar a fúria dos ventos, e nada…
Nem as folhinhas das árvores abanavam, caralho!
Eu à espera de ver tudo a ir pelos ares, e desafiar o poder das ventanias, fiquei imensamente “descolhoado” com tudo isto.
Se chamarem tempestade a um arremedo de brisa suave, então estamos mal.
Pensava que era só o governo que prometia e não cumpria, mas depois disto, o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil não deve ter ficado muito bem, em matéria de credibilidade.
Que logro! Estava esperançado que esta fosse uma bela oportunidade para este país ficar limpo de muita trampa que não faz cá falta nenhuma.
Por exemplo, todos aqueles que votaram na Fatinha, no Avelino, no Isaltino e no Major deveriam ser varridos de Portugal, levados pelos ventos, para bem longe.
Enfim, nem merecemos esse rasgo de justiça divina. Estamos definitivamente entregues aos bichos.
A única coisa que foi pelos ares foi a imensa expectativa gerada à volta deste tão importante “evento”.
E agora o que vou fazer com a adrenalina libertada, e os níveis de testoterona?
Depois admiram-se se um gajo manda bocas porcas às garinas.
Só espero que para a próxima, as promessas sejam para cumprir.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Naked blog

Estava o blog das chavalas do In-deed putrefacto, mas a Margarida C. resolveu dar-nos uma enxurrada de sabedoria adolescente. Começa num ponto, entretanto lembra-se de outra coisa, diz umas gracinhas pelo meio, muda de tema, e vai indo, indo até que lá acaba o post.

O que tem graça nos blogs é que a malta começa a escrever como se escreve num diário e esquece-se que está a ser lida. Eu sei que a Meggy nunca escreveria num diário as experiências eróticas que eu gosto de imaginar que ela tem. Que imagina, aliás. Que eu gosto de imaginar que ela imagina. Mas dentro dos limites do pudor consciênte do acto bloguístico, há uma pequena fronteira entre o mundo virtual e o mundo real que às vezes se passa com bastante facilidade. E ler alguns posts das nossas amigas é quase como as ver como elas são, despidas das máscaras do dia-a-dia, se eu as conhecesse pessoalmente e me cruzasse com elas na rua. "Olá Margarida! Olá Inês! Então como estão? Boazinhas? Isso é que é preciso! Saúdinha da boa!"

Vê-las assim, nas palavras escritas diante do computador, é como vê-las nuas, enfim. E isso é bonito e agradável.

domingo, outubro 09, 2005

Jantarinho de amigalhaços!

Meus queridos, que tal um jantar neste próxima terça?

Eu adorava ir a um restaurante africano! Estou a perguntar à Charlotte alguma dicas, mas depois decidimos. O Desatino tb se safa num africano, pede uns quiabos com milho e funge e já vai com muita sorte.

Que me dizem? Estou com saudades vossas, pá!

Não explicam!!!

Como nenhuma campanha passou cá por casa com um boletim de voto de ensaio para me ensinar a votar como foi feito em Felgueiras e Gondomar, acho que não consigo levantar o cú do sofá.

Depois digo-vos o que aconteceu!

sábado, outubro 08, 2005

Mais um poucochinho de nostalgia.


Na sequência do post “Nostalgia” do camarada Al_Fazema, deixo-vos com mais uma pérola do passado.
Quem não se recorda deste mítico produto e do seu não menos conhecido anuncio televisivo?
Vi isto exposto em grande destaque na montra de uma drogaria, e não resisti a captar estas imagens.
Quem diria que isto ainda se venderia em pleno século XXI. Fantástico!

PS: Deixo aqui umas palavras de apreço para o camarada ( digo camarada porque sei que ele é um gajo de esquerda ) Lua Nova, pelo esforço que tem demonstrado em dinamizar este blog. Ele tem sem duvida um vernáculo contagiante mas o que mais me agrada nas suas contribuições são as PEIDAS com que ele carinhosamente nos vai presenteando.
As nossas incursões ao IKEA com o intuito de fazer trabalho de “recolha” de imagens têm-se revelado muitíssimo divertidas.
Reconheço que a técnica ainda não está perfeita, mas com os progressos que temos registado nestes últimos tempos, em breve teremos o virtuosismo necessário para decidir “in a blink of an eye”, os melhores ângulos e enquadramentos para melhor capturar o miríade de bolhas que por aí andam.

sexta-feira, outubro 07, 2005

IKEA lunch

O cabrão do Mundus não se cortou e lá fomos almoçar ao IKEA. É uma história que tem de ser contada. O nosso blog tem cada vez mais leitores, estamos mesmo a pensar numa edição bi-lingue. Se alguém souber estrangeiro e queira ajudar-nos, faça favor!

A hora do almoço acabou por ser mais tarde do que pensáramos, para desgosto das inúmeras fãs que foram propositadamente ao IKEA para descobrir as nossas identidades. Efectivamente, depois do anúncio feito no blog perto da meia-noite, fontes próximas de alguns clubes de fãs suaram para o exterior a intenção de uma procura de dois grunhos com uma máquina digital e o olhar bovino a meia altura, sem ligar peva ao design moderno dos suecos, apenas concentrados na busca de peida geitosa para fotografar. Um espectáculo degradante mas interessante pelo primitivismo do ritual. É a caça dos tempos modernos. Qualquer criatura que fixe os olhos em nós por mais de cinco segundos certamente percebe que algo se passa de anormal.

Com esperança de descobrir num meio de tanta gente uma da nossas fãs fomos gritando alternadamente “Samantha!”, “Carrie!”, Inês L.”, “Meggy!”, “Fernanda Serrano!” e “Brigitte Bardot!” Ninguém respondeu, mas houve dois toiros que não gostaram da brincadeira quando perceberam que tínhamos tentado a sorte com as damas deles. Rosnaram, mas o nosso bafo a arenque fumado foi dissuasor e derrotámos o antagonista.




Depois foi um verdadeiro manjar dos Deuses. Com o lançamento recente do catálogo de 2006 aquilo estava cheio de malta, jovens casais formosos, pré-mamãs com os úberes a latejar, e algumas lascas dignas de menção. A técnica utilizada,para os entusiastas da modalidade fotográfica voyeurista é a mesma utilizada no último jantas de amigalhaços, dos videozinhos da máquina digital. Desta vez com o discurso e encenação bem preparados, esperávamos que a presa se aproximasse, iniciávamos o ar aparvalhado, como quem se tinha perdido no meio de tanto sofá, estante e moldura, carregávamos no botão, máquina displicentemente agarrada ora com a mão direita ora com a esquerda, conforme o ângulo necessário, e dizíamos: “Eh pá, caralho, já me perdi outra vez! Onde é que são os elefantes cor de rosa com sabor a baunilha?”

quinta-feira, outubro 06, 2005

Amanhã é dia de caça no IKEA!

Se o Mundus não se cortar outra vez, vamos trabalhar os abdominais de tanto rir à caça de cús no IKEA. Tem andado fraquito. Se continuar, a procura passar a ser pelo pior rabo da hora de almoço!

quarta-feira, outubro 05, 2005

Coisas que me irritam [continuação]

14. Gajos que acham arrogantemente que por serem de esquerda têm melhores princípios e valores do que o resto das pessoas mas que depois de levar dois soquetes nos cornos por um janado num bairro popular alfacinha gritam aos quatro ventos que a pena de morte é necessária para casos destes.

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