sábado, maio 28, 2005

Apelo ao boicote

Para lermos e gostarmos de viver em liberdade e democracia, com imprensa livre e independente.

Uma peida para mim, outra peida para ti, outra para quem a apanhar...

A respeito da amena troca de opiniões acerca do post “voyeurista” do querido amigo LuaNova, devo dizer que é com agrado que assisto a tão acirrada discussão acerca de um tema tão do meu agrado.
Toda a gente tem direito a ter a sua opinião, e é com todo o respeito que verifico que as nossas companheiras do cyber-espaço desdenham as qualidades estético-volumétricas do cu da jovem retratada.
Cu salvo seja, PEIDA melhor dizendo.
Um cu quando ultrapassa determinado escalão de volume e densidade, passa a ser referido como peida.
Este é claramente um desses casos.
A jovem era bonita, eu sei que estava lá e vi, mas as características daquele traseiro, tinham algo de divinal.
Porventura sem o revestimento das calças, será uma peida descaída e com celulite, mas não faz mal, fica o mistério da incerteza.
Acho fascinante os entre folhos das aldrabas, das regadas, das contra pipas, do centro da peida desta jovem.
Fico perplexo com a miríade de formas e tamanhos existente no universo “cuzal”.
Apesar de gostar daqueles cus torneados, tonificados e sem pinga de “efeito casca de laranja”, nutro especial carinho por aqueles cus mais normais, por assim dizer.
Se todos os cus fossem imaculados, esteticamente falando, seria uma chatice!
São as pequenas (às vezes não tão pequenas assim) diferenças que os tornam belos e únicos.
Uma imperfeição aqui e acolá dá um toque especial a qualquer cu.
Há uma mística muito particular nas peidas das jovens e senhoras de cor (não digo pretas para não ferir susceptibilidades), que também aprecio bastante.
O volume e firmeza daquelas nádegas são algo de sobrenatural em alguns casos.
Mas é o “efeito prateleira” daqueles cus empinados que mais me fascina.
Aquela curvinha que delimita o fim das costas e o começo da nádega é de uma sensualidade sem limites.
Pessoalmente não gosto daqueles rabos muito “malhados”, são demasiado rijos devido à densidade muscular.
Têm de ter um nível q.b. de flacidez e volume para serem minimamente manejáveis.
Por falar em formas, desde os tempos de escola que a figura da Vénus de Willendorf me fascina.
Nela podemos observar como os antigos utilizavam uma simbologia muito própria para representar a fertilidade.

http://psychcentral.com/psypsych/Venus_of_Willendorf
http://witcombe.sbc.edu/willendorf/


Em suma, desde a mais boçal e incomensurável peida ao mais singelo e “petit” rabo, todos os cus têm da minha parte, toda a admiração e respeito que merecem, pois é seguramente das regiões anatómicas do corpo feminino que mais segredos oculta.
Escondido entre as duas nádegas, está um universo de prazeres sensoriais à disposição dos mais audazes.
Que exclamemos todos em uníssono:

-VIVAM OS CUS, CARALHO!

PS: Perante as ameaças não concretizadas de partilha para posterior avaliação, de fotos dos cus das queridas amigas, e como constato que as mesmas estão ainda demasiado tímidas para chegar a tanto, deixo uma sugestão.
Porque não começar por um patamar menos atrevido e insuspeito?
Existem outros fetiches de extrema sensualidade e uma não menor carga erótica, como por exemplo o fetiche dos pés ou das axilas por depilar (vulgo “ao natural”). Porque não começar por aí?
Na verdade, todos os recantos da anatomia feminina revelam aos olhos que os vêem e aos dedos que os tocam, um verdadeiro paraíso por desbravar (ou talvez não).
Venham daí essas fotos, caras amigas!

sexta-feira, maio 27, 2005

Saltimbanco de emoções

Espalho o olhar na cidade e deixo-me levar por ela.
Vagueando por essas ruas,
faço uma viagem de perpétuos reencontros.
Saltimbanco de emoções,
não sei para onde vou,
só sei que me irei descobrir,
nalgum recanto desta cidade.
Por esse destino incerto,
vou mergulhando numa jornada de libertação,
de exaltação, na eterna inquietude,
de quem ama e sofre por ti.

quinta-feira, maio 26, 2005

Separados à nascença IV



quarta-feira, maio 25, 2005

Hmmm...

terça-feira, maio 24, 2005

Separados à nascença III




sábado, maio 21, 2005

Zézé Camarinha

Estou aqui a ver o Zézé Camarinha na televisão e prevejo, lembrando-me de outras experiências televisivas do Zézé, que muitas das gajas da audiência fiquem todas picadas e irritadas. Ora esta irritação é o motivo da minha reflexão desta noite: porque ficam tão picadas as gajas que vêem o Zézé Camarinha falar de mulheres? A meu ver é porque no fundo, bem lá no fundo, por trás de todas as manifestações públicas de nojo e repugnância pelo algarvio, existe um secreto e inconfessável desejo de ser violentamente possuída de todas as formas e feitios por tão alarve espécime masculino. Tenho dito. No fundo, salvo raríssimas excepções, todas as mulheres gostam de se sentir um bocadinho putas.

Lanço estes pensamentos para uma discussão pública. Opiniões são benvindas!

domingo, maio 15, 2005

Por toda a eternidade

Depois da sábia decisão de me tornar vegetariano, e cortar de vez com as nefastas consequências que os alimentos de origem animal exercem sobre o organismo, eis que agora se me depara outro desafio.
Pura e simplesmente, vou deixar de comer! Isso mesmo, vou reformar as papilas gustativas e deixar de lado um dos prazeres da vida.
Nunca mais irei degustar um belo xacuti de cabrito ou uma suculenta caldeirada de peixe.
Nem tampouco levarei à boca um refrescante geladito de chocolate num tórrido dia de verão.
Acabaram-se os almoços de negócios, a ceia de natal e beber “um copo” com os amigos.
Tudo isto em prol da saúde e da almejada harmonia com o cosmos.
Deixo-vos aqui o site www.vivendodaluz.com (a palavra “luz” tem de ser pronunciada “luiz”, para emular o sotaque paulista). Está lá tu o que precisam de saber sobre esta temática e tinham medo de perguntar.
Agora perguntam vocês, “-Ó Mundus, ganda maluco. Então e tu vives do ar e da luz, não?”.
Claro que sim! A prova disso é que estou há mais de meia hora sem ingerir alimentos líquidos ou sólidos e ainda estou aqui prás curvas!
Foda-se, é genial! Já viram o dinheirão que vou poupar por mês em comida? Quem não deve achar piada nenhuma a esta ideia é a industria alimentar e as multinacionais de “fast-food”.
Já imaginaram a Mcdonalds a vender McMenus de pequenas bolsas de ar do Tibete e patuscas lanternas de raios ultra violeta?
O nosso corpo está é mal habituado, é que é! Tantos nutrientes com nomes e nomenclaturas bizarras, para quê? Fora com a ingestão de proteínas, vitaminas e amino-ácidos. Vamos lá a fazer um processo gradual de desintoxicação e eliminar toda a energia nefasta do nosso organismo.
Aos poucos, o nosso metabolismo vai-se adaptando à falta dos alimentos, que no fundo só nos retira a energia vital do corpo (não minto, está tudo no site).
Em breve, depois de sessão matinal de jogging, bastará estender-me um pouco ao sol, tomar um duchezito para saciar a sede e sentir-me-ei rijo como um pêro (como dizia o pequenito Saul).
Já me estou a imaginar um “quasi” dínamo! Sempre alerta, sempre activo, sempre a bombar! E sem nada no bucho!
Isto irá mudar a minha vida. Depois de ler palavras tão sugestivas como “imortalidade” no referido site e respectivo forum (www.vivendodaluz.com), até tenho frémitos de emoção, só de pensar que poderei acompanhar os jogos do glorioso e da selecção por toda a eternidade!
Acredite quem quiser, mas depois de estar para cima de três quartos de hora sem comer, sinto-me a um passo da total harmonia com o absoluto (para quem não sabe, cosmos e absoluto são uma e a mesma coisa).
Se o cosmos deseja que eu esteja em harmonia com ele, isso já são outros quinhentos.
Estou sempre pra qui a falar em “estar em harmonia com…”, mas nunca lhe perguntei nada, nem sequer falei com ele.
Se pedir com jeitinho, talvez ele ceda.
O que é que virá a seguir? Viver sem dormir? O repouso através da captação de energia cósmica e de exercícios de relaxamento?

sexta-feira, maio 13, 2005

Na escuridão da noite...

Devo confessar que nutro um certo fascínio pelo sobrenatural. Sempre curti o oculto e certos fenómenos inexplicáveis.
Sou de resto, um ávido consumidor de filmes de terror e afins.
Todavia nada me prepararia para os eventos ocorridos numa destas noites.
Estava eu no leito, a entrar no reino dos sonhos, quando de súbito, começo a sentir calafrios de frio.
Um estranho jogo de sombras começa a formar-se na penumbra. Um manto de escuridão lentamente vai tomando conta de todas as nesgas de luz presentes no quarto.
Sinto que algo de palpável está ali presente comigo.
Estarei a sonhar? O que raio está a acontecer?
Num ápice, a perplexidade dá lugar ao medo, quando uma sinistra presença se afigura perante mim.
Fico imóvel, ali estendido na cama. Vislumbro um rosto de um homem no meio daquele negrume.
As garras do terror fincam-se na minha pele e puxam-me para a cama. Uma pressão enorme é exercida em todo o meu corpo. Qual estátua, não consigo mover um musculo. Apenas fito aqueles olhos negros e cavados naquela face esquálida.
O pânico começa a apoderar-se de mim e a tolher qualquer raciocínio lógico.
Desesperadamente, luto para me libertar daquele torpor paralisante, mas o esforço é infrutífero.
Começo a desfalecer, á medida que sinto aqueles olhos penetrantes aproximam-se perigosamente dos meus.
Subitamente, uma voz rompe o silêncio.
-Precisamos de falar.
Num derradeiro esforço, encontro forças para lhe perguntar: -Quem sois e o que quereis de mim?
Ao qual o macabro homem responde: -Consta que participas num blog de rapazolas armados aos cucos. Venho por isso levar-te, pois EU sou a MORTE!
A morte, já? Ò que caralho, então e o jogo do Benfica amanhã?
Procuro então arranjar argumentos para escapar à inevitabilidade que se avizinha.
-Não tendes mais ninguém para levar? Porventura, alguma alminha mais pecaminosa que a minha?
Não obtenho resposta, apenas um olhar repreensivo e acusador, que não atenua em nada o meu desespero.
Estou a gastar os meus últimos cartuchos, porra! Tenho que dar a volta a este filho de puta.
-A perspectiva de não ter mais de pagar as prestações da casa é excelente, mas ficar sem ver o glorioso é que não fico!
Admito que esta foi arriscada. Imaginem que há tvcabo no além. A avaliar pela politica de preços praticada, não me admirava nada!
Estou a ficar sem margem de manobra, tenho que negociar isto com ele.
A morte por tradição, está sempre aberta a espremer a ultima pinga de esperança dos pobres mortais.
É isso! Este cabeça de cabrão não jogou xadrez com o Max Von Sydow no “Sétimo Selo” do Bergman?
Já sei o que vou fazer!
Perante a impacividade da tenebrosa figura, num último fôlego, proponho um desafio.
-Não quereis jogar a minha alma numa partidinha de Pro Evolution Soccer na playstation 2?
-Aceito. Disse então a morte, naquele tom monocórdico, sem qualquer emoção.
Será que vou ter hipótese, contra esta terrível força obscura e destrutiva?
Depois de esgrimir uma terrível luta com o comando da consola de jogos e de exibir um nível de virtuosismo invejável na arte de bem concretizar golos na baliza adversária, tombo a cabeça e exalo um longo suspiro de alívio.
Exausto, saboreio a vitória mais suada minha vida.
-Desta vez ganhaste, estou desactualizado. Se me ensinares uns truques, não te volto a chatear com o assunto do blog.
Disse a morte, ainda com as mãos trementes de tanto massacrar as teclas do comando.
Se é para me ver livre desta melga do caralho, vamos a isso!
Bem sei que não é boa política, fazer este tipo de acordos com a morte, mas não tive outra hipótese.
Sei dizer que fizemos uma disputadíssima master league a dois, polvilhada por muito arroto, traque e pelo inevitável tremoço.

quinta-feira, maio 12, 2005

Estou em convalescença.

Acabei mesmo por ir ao médico. O diagnóstico foi claro. "O senhor está em completo estado de imbecilidade, senhor LuaNova!", disse o doutor, "Percebi logo mal entrou no consultório." Fiz-lhe um resumo da minha recente irascibilidade impulsiva e descontrolada, das respostas dadas neste e noutros blogs, da falta de cortesia com jovens do sexo oposto. Mas mais grave ainda, do corrimento menstrual que me tinha surgido um dia antes. "Ah aha ahha ha haah ah!", a gargalhada do doutor era patética, "Então o senhor receou estar com a menarca? Não, meu caro senhor, o senhor ficou foi com a sarda em sangue de tanto se masturbar.". "Uff, grande alívio, doutor, receei estar a transformar-me numa mulher. Pensei nalgumas vantagens, podia ser possuída por dois homens simultaneamente, enquanto, ajoelhada, abocanhava um marinheiro caucasiano. Ou casar com um homem rico, que me sustentasse, ou mesmo ter muito mais possibilidade de subir na hierarquia lá na empresa." O médico olhou para mim, abanou a cabeça, e disse: "Não, caro senhor, não está a mudar de sexo. Teremos é de tratar dessa imbecilidade. Isso passa-lhe. E olhe, antes ser imbecil uns dias, do que ficar uma puta de merda até ao fim da vida."

Foi o doutor que disse, não fui eu.

domingo, maio 08, 2005

E aqui comemoro a efeméride.



Vinha hoje no Público online. "Um soldado soviético pendura a bandeira vermelha em cima do Reichstag de Berlim, em Maio de 1945. O momento histórico foi captado pela objectiva Ievgeni Khaldei, o fotógrafo que conseguiu algumas das melhores imagens da II Guerra Mundial. Amanhã, mais de 50 chefes de Estado e de Governo vão estar em Moscovo para as comemorações do 60 aniversário do fim do conflito. Foto: Ievgeni Khaldei/Itar-Tass"

Em jeito de Add-Vice, proponho a leitura atenta de "Se Isto É Um Homem", de Primo Levi. Um relato na primeira pessoa dos horrores vividos nos campos de concentração nazis.

A minha contribuição para o debate da semana

sábado, maio 07, 2005

Amigos do "pêto"

A expressão que concebi e que dá nome a este blog, encapsula toda a ambiência que surge quando um grupo de amigos está junto.
Para mim, esses momentos de empatia, partilha e desabafo, fazem de uma amizade, algo de precioso.
Por momentos, a vida torna-se mais fácil e colorida, mais alegre e despreocupada. Qual corcel à solta num prado verdejante (alegoria pirosa, mas eficaz), cuja liberdade e energia nos contagiam a alma e nos fazem sentir em harmonia com o cosmos (ver post de Fevereiro: “Estar em harmonia com o cosmos”).
A amizade é certamente um dos principais pilares da minha existência e nutro pelos meus amigos, um amor e admiração muito especiais.
Apesar de estar mais ausente do que deveria, não é por isso que lhes dou menos importância.
Aproveito para deixar aqui um grande bem-haja para vocês, meus caros.
Pela “linha editorial” que este blog tem seguido, alguns leitores devem cuidar que só há lugar para a parvoíce e brincadeira quando juntamos um grupo de amigalhaços.
Nem pensar! Também há lugar para conversas sobre assuntos mais sérios, como futebol e gajas.
Estou numa fase mais contemplativa sobre alguns aspectos da minha vida, por isso escolhi este momento para partilhar este pequeno reparo.

sexta-feira, maio 06, 2005

O Sexo e o Bairro

Demos de caras com um blog que parafraseia o Sexo e a Cidade. Estamos com esperança de alguma interacção, já que não somos exclusivistas. Ainda não percebi se são mesmo quatro gajas que lá escrevem (parece-me que há ali mangueira) mas vou dar o benefício da dúvida.

quarta-feira, maio 04, 2005

(Est)Ética blogger

A ética blogger assim o diz: "Nenhum post, depois de publicado e lido pelos leitores, deverá ser alterado."
Não estou a atirar a pedra, até porque este crime também eu já cometi, mas o comunicado assinado por Inês L. tem como título "Comunicado" e ou o meu estado febril de ontem me trouxe alucinações ou pareceu-me ter lido a dada altura da tarde "Lua Cheia" como título. Ora sendo títulos completamente diferentes, e ambos interessantes, queria aqui dizer um muito obrigado ao mimo presenteado na versão alternativa.
Sei que os motivos que levaram a Inês L. a ter alterado um post são os mesmo que já me conduziram a esse caminho da perdição moral e ética. A InêsL., pelo que me é dado a ver, é uma esteta da melhor água, sempre descontente com a forma e pormenor dos seus posts, sempre buscando a perfeição, daí que se queira muitas vezes alterar a História. O problema é que temos na História inúmeros exemplos de "estetas" que também quiseram pincelar a História de outras cores. Stalin foi um verdadeiro génio nessa arte.
Não querendo comparar as atrocidades de um ditador à boa vontade de dois jovens bloggers, gostava de colocar à discussão esta temática: "poderá um post ser alterado depois da sua primeira publicação online?"

Deixo-vos um link de uma guerra antiga, para perceberem que as palavras mais azedas trocadas entre este blog e o In-deed e as amigas do In-deed são ternas carícias e beijos tímidos quando comparadas com questões mais sérias.

Havia um blog da direita-cristã, a tal direita em que as gajas são umas putéfias do caralho, só querem levar forte e feio naquelas conas e bilhas, mas depois andam sempre com um ar muito composto e moralista, que teve uma guerra entre um dos escribas, o João Pereira Coutinho e outro escriba conhecido, do Barnabé, o Daniel Oliveira. Dêem uma vista de olhos. Vale a pena. Olhem que esse blog, A Coluna Infame, acabou em virtude desta discussão.

segunda-feira, maio 02, 2005

Este é outro dos meus gurus!

E quando é que sai a segunda série em DVD? Os senhores da Fnac já me conhecem: "Olha, lá vem o tarado do The Office, que seca! Diz-lhe que ainda não temos informações."

domingo, maio 01, 2005

Sweet little sixteen

Uma das imagens que mais me marcaram nas telenovelas brasileiras (não sei se vi muitas ou poucas) é a das discussões entre homem e mulher, com esta de braços cruzados, de costas para o homem, ofendida, a olhar discretamente sobre o ombro, a controlar à distância, dizendo coisas como: "Eu não txi quero verr mais ná minhá frentxi!" ou "Sai daqui, cafagestxi, somi da minha casa!" ou ainda "É impossíveu perrdoá, Dariceu, como você consegue serr tão crápula. Com a Milú, a minha própria cadelinha!". Depois ele aproxima-se diz-lhe coisas mansas, tenta abraçá-la por trás, ela diz: "Mi larrga! Tira suas mãos porrcas de cima dji mim!" e ao mesmo tempo vira-se. O abraço torna-se numa aparente zaragata de membros e eis que irrompem os dois num sôfrego beijo com os corpos a enlear-se novamente e a música do Roberto Carlos a surgir em fade in.


Foi com enorme ternura que observei a reacção da Margarida C. às farpas que lancei numa discussão recente. Só confirmou o que já sabia. Infelizmente escrevi esse post sem grande cuidado, tinha alguma pressa por compromissos inadiáveis, e lembrei-me depois, já tinha saído de casa, de uma série de pormenores que teria sido interessante acrescentar na caracterização psicológica da Margarida C.. Mas a resposta que me deu ajuda também a ilustrar o que tinha esquecido. Passemos então à dissecação:

Para começar, toda a resposta usa a ironia como recurso retórico. É como mostrar um sorriso quando se arde por dentro, ou como dizer "Mi larrga!" quando se quer ser abraçada e beijada sofregamente. Tudo são escapatórias:

1ª - dar-te-ia a minha opinião aprofundada sobre o teu post se não fosse contra os meus princípios. Mas vou sumariá-la portanto.
Na verdade a Margarida C. ficou bastante tempo a pensar no que havia de escrever. Pensou: "tenho que dar a resposta que ele merece!". Depois, não tendo ficado satisfeita com as ideias que teve, resolveu invocar os seus princípios para fazer um post mais resumidozinho portanto.

2ª - Desilude-me que resumas o sexo feminino a duas categorias tão desinteressantes.
Isto não é retórica. É um argumento usado com sinceridade. Há pessoas que se irritam com generalizações e a Margarida C. é uma delas. As generalizações são isso mesmo, arredondamentos que não têm em conta a excepção. Mas confesso que o método cartesiano me seduz e fascina, e sempre encontrei virtudes na análise dicotómica dos problemas. O que fiz foi precisamente isso. A população humana divide-se genericamente em mulheres e homens. Cá está: primeira generalização que não engloba nem respeita algumas excepções. Mas é um ponto de partida.
A Inês L. anda desesperada por saber o que penso de ela gostar de linguagem ordinária mas não a usar socialmente por decoro. É simples a explicação: esta assumpção da Inês L. é certamente recente. Inicialmente a Inês estava na sub-categoria das mulheres que gostam de palavras porcas. Depois cresceu, conheceu uns amigos e amigas, entrou na corrente cultural de liberalização de costumes e percebeu que há coisas que não tem mal nenhum gostar ou fazer. No entanto, há certas regras de etiqueta que convém manter. E eu, já o disse, acho-o excelente! Não há nada mais inestético que uma mulher usar vernáculo no seu discurso. Há apenas um momento em que pode dar largas à criatividade linguística, mas não vou agora falar disso.

3ª - Embora, de alguém tão erudito como tu, esperasse algo mais original.
Não sou erudito, não tenho pretensões a sê-lo, pelo menos para exibir essa erudição junto de amigos e conhecidos, e este blog nunca fez critica literária, nem musical, nem outra qualquer criação artística nobre. Não sei, portanto, onde foi a Margarida C. buscar essa ideia. É que se por um lado é dado como opinião, notem que há, mais uma vez, uma ligeira ironia no discurso. Vindo da piquena, I'll take that as a compliment. (cada vez mais roto, porra!)

4ª - Contudo, sei que faz tudo parte do acting e não quero de forma alguma arruinar a tua performance.
Querer até queres, mas por outro lado se esta interacção bloguística te está a dar tanto gozo como a mim, é bom que dêmos uma no cravo e outra na ferradura. Assim, prometo que no fim deste post já vos estou a enviar beijinhos queridos e fofos!

5ª - Em relação a mim, acertaste em cheio.
Eu sei, e isso é que te irritou. Deves ter passado largos minutos, enquanto pensavas na resposta, a telefonar às outras três amigas do blog a dizer, "O bastard acertou em cheio! Tenho que lhe responder mas não sei bem como..."

6ª - A tua conclusão é brilhante. Poupaste-me uma consulta ao psicólogo, estou-te eternamente agradecida.
E aqui vai mais uma ironiazita para disfarçar algo que também já pensaste fazer. Não tem mal nenhum ter querer ir a um psicólogo. Eu tenho quase o dobro da tua idade e sempre senti necessidade de ir, embora a exorbitância pedida nos consultórios me afastasse sempre. Mas há sempre coisas mal resolvidas, traumas, vergonhas, bloqueios e inseguranças que nos tolhem as acções, nos proíbem de fazer o que gostávamos de fazer. É possível ir resolvendo isso pela vida fora, sem intervenção especializada, mas requer alguma inteligência. Não estou a ser irónico, Margarida, sei que a tens de sobra para o fazer. :-)

7ª - Fico aliviada por me inserires na categoria à qual achas mais graça.
Inseri-te na categoria à qual acho mais graça, sim, e sei que não falhei. E é por isso que me tenho dedicado tanto a escrever no blog. Acho-vos a todas personalidades cativantes e muito excitantes.

8ª - Já posso dormir descansada.
E sei que estás a dormir descansada a esta hora, quentinha, aconchegada nos lençois, vestida com um pijama com ursinhos. (Não faço ideia se isto é verdade, mas é como te imagino. Assim, menina, num corpo adolescente que ainda não conheces completamente.)

A fotografia do Carl Jung que juntaste ao post ("Deixa-me cá ir ao google procurar imagens desse tal Carl Jung...", pensaste enquanto escrevias a resposta) é gira.
Mas vou deixar-te outra fotografia de um guru da psicologia cognitiva que tem muito mais a ver com Does it ring a bell?



Num congresso do CDS-PP de há uns anos, lembro-me de ver a Maria José Nogueira Pinto dizer ao António Lobo Xavier: "Tu sabes que eu sei que tu sabes que eu sei que tu sabes.". Pensei para comigo: "Eh pá, que momento do caralho! Hei de usar esta frase um dia destes!" Et voilá!

Prioridades

Antes de responder à minha querida Margarida C., por quem nutro a cada post cada vez maior ternura, respondo à Inês L. que me acusa de andar desinformado acerca da prisão do Ivo Ferreira e não ler o Barnabé. Aqui vai um post do Daniel Oliveira, por quem nutro cada vez mais simpatia. ;-)

Móvel a crédito para a prisão do Dubai
Segundo o pai de Ivo Ferreira, jovem detido no Emirados Árabes Unidos, o embaixador de Portugal na Arábia Saudita terá, quando chegou a Dubai, telefonado para o jovem, preso, para saber se alguém o podia ir buscar ao Aeroporto. Em que Mundo vivem estes embaixadores? Não terá o rapaz coisas mais importantes em que pensar? Custa assim tanto apanhar um taxi?
PS: Conheço há muitos anos o Ivo. Espero que seja libertado rapidamente. Porque é um excelente cineasta. Porque gosto dele. Mas, acima de tudo, porque o que fez, em qualquer país civilizado, não pode dar pena de prisão. Que o Ministério dos Negócios Estrangeiros faça alguma coisa. E depressa.



Acho linda a participação deste consules e pseudo-embaixadores. É com estas que me sinto a viver num país de merda, com gentinha de merda. Só assim é possível colarinhos brancos de merda chegarem a lugares destes, sem ponta de inteligência, mérito ou humanidade. Filhos da puta, incompetentes, imbecis, inúteis!!! Merecíeis todos um valente almoço de bosta de vaca, bem fresquinha, acabada de cagar, à temperatura do corpo, com umas moquinhas à volta, seus cabrões! E serdes obrigados a deglutir até à última garfada exibindo satisfação, mesmo que forçada.

O 25 de Abril serviu também para podermos dizer estas alarvidades sem corrermos o risco de ser presos.

Estou no Blog.com.pt