quarta-feira, agosto 31, 2005

Reflexão meditabunda



As férias são, para além do merecido descanso, um frutuoso momento de reflexão. Um gajo deita contas à vida, pensa no que já passou, no que ainda há para fazer, e, naquela finíssima fatia de tempo a que chamamos presente (que, porém, mais não são do que migalhas do passado), vê-se enleado em dúvidas metafísicas que são a verdadeira razão do sofrimento e desconforto das nossas vidas.

Essas angústias relembram-me também a missão deste blog. Reflectir e entender a condição humana. Que nos seus recantos mais misteriosos e mesmo mais pérfidos se personifica na condição feminina.

Não quero que as nossas queridas leitoras, as que assumidamente gostam de nós, como as muito carinhosas Samantha, Carrie e Charlotte, e as que também gostam mas, por notória imaturidade, ora amam ora odeiam, se sintam melindradas com o tema em si. A verdadeira ascensão de espírito dá-se quando se consegue discutir o Eu, o Ich na sua forma filosófica da tradição germânica, sem necessariamente pessoalizar ou ilustrar a dissertação com experiências pessoais já vividas.

O mote da nossa reflexão é então o seguinte:

Será inerente à condição feminina o desejo sôfrego de abocanhar o nabo do parceiro amoroso?

E já agora, uma boca que faça o felattio amiúde pode considerar-se um orgão sexual? Nesse caso, a exposição pública desse orgão sexual não é um atentado ao pudor? Será por isso que alguns lábios de gajas me dão uma tusa galáctica? Será por isso também que os taliban insistem que as mulheres vistam a burca quando vão às compras?

(Cada um irá, a começar por mim, deixar o seu comentário na devida caixinha. Obrigado pela contribuição!)

terça-feira, agosto 30, 2005

Souvenir de férias

Mais uma bolhaça para a colecção. Não resisti ao apelo da partilha e resolvi captar esta jovem para a submeter à vossa apreciação. Acham que valeu o esforço?

Enche "Xórissus"

Para agitar as águas estagnadas deste blog, vou mais uma vez, debitar mais um pouco de diarreia mental. Desculpem a expressão, mas parece-me o termo mais adequado para descrever o conteúdo destes meus posts “enche chouriços”.
Neste período de férias fui acometido de uma letargia tal, que nem para redigir algumas vogais e consoantes no sacrista do computador tive motivação.
Deve ser do calor, a temperatura inibe as ideias.
Tinha-vos dito que vos contaria as minhas peripécias de férias, se as houvessem.
Lamento mas não houve nada que se parecesse com os habituais enredos intricados dos antigos folhetins radiofónicos, nada que mereça constar neste sagrado santuário da palermice.
Agora que as mesmas já estão quase a findar, digo-vos que, tirando o facto de ter sido um alvo muito apetecido para largos milhares de melgas e mosquitos, foram umas férias onde o descanso e o sossego foram as palavras de ordem.
Cuidavam vocês que eu estaria confortavelmente instalado numa idílica ilha paradisíaca, com os tomatitos a baterem em papo de cona e a goela fresca à conta de sucos de frutas exóticas?
O quê? Estais loucos? Actividades mundanas como essas, dar-me-iam certamente, no dia do juízo final, umas longas e escaldantes férias no inferno.

sábado, agosto 20, 2005

Holidays 2005

Regressei do Algarve, infelizmente. Agora só lá volto para o ano.
È uma pena os tempos das gloriosas “férias grandes” já irem tão distantes, não é?
Como tinha prometido, vou relatar-vos as minhas “percipécias” de férias.


“Fui á boleia até ao parque de campismo de Olhão, e aí juntei-me a uns bacanos com visual rasta que não faziam outra coisa que não fosse fumarem ganzas (ganzahr como eles diziam) e cantarem a JAH.
Eu como não tenho grandes dotes vocais, dedicava-me aos ritmos tribais.
Um pouco assincopado no início, mas depois, á força de inalar aqueles fumos, já tudo me saia bem.
Nos intervalos das refeições (que consistiam quase sempre de sopas de pacote), por vezes entregava-me às hábeis mãos das belas mulatas que integravam o grupo e que me administravam relaxantes massagens com aromáticos unguentos herbais.”
Não, é demasiado rastafarian, muito onda “jovens primitivos”.
Vou tentar outra vez.

“Oxigenei o cabelo, agarrei na prancha e na wax, e zarpei para as ondas do Algarve, mais precisamente em Sagres.
Estive em casa de uns amigos, que ficava a 2 minutos da praia, e por aí estive a curtir as ondas do barlavento algarvio.
Quando o mar estava “flat”, abocanhava umas queridas, para matar o tempo, para distrair enquanto não vinha um “set” em condições.
Mas quando metia as ventas no líquido, era fazer tubos e backflips como se não houvesse amanhã.”
Não, demasiado “beach and surf”, muito onda “Portugal radical”.
É melhor tentar outra vez.

“Depois de uma longa viagem de autocarro, montei a tenda num local bem isolado, para evitar as inevitáveis molhadas de gente.
Gosto de fazer campismo selvagem, sinto-me mais em contacto com a natureza, sinto mais a sua energia.
À noite, depois de uma curta oração, deitava-me na relva de braços e pernas abertos, e aí ficava longas horas, a contemplar as estrelas.
Neste meu retiro espiritual improvisado, fiquei sete dias e sete noites, em total harmonia com o cosmos.”
Não, demasiado metafísico, muito onda “kung fu” com o David Carradine.
Terceiro take.

“Chegado ao parque de campismo de Monte Gordo, senti de imediato uma forte vibração sexual no ar.
Corpos molhados, curvas sensuais, peles doiradas pelo sol, tudo se misturava num cocktail lascivo, carregadinho de volúpia.
Por todo o lado onde me virasse, a minha visão ficava turva, a linha do horizonte tornava-se difusa e dava lugar a uma miríade de rabos, seios e papos.
Foi uma tortura, nem na tenda havia sossego.
Pela calada da noite, a minha tenda era invadida por hordas das mais belas ninfas, sedentas dos prazeres da carne.
Toda a santa noite era um tremendo salsifré que se fazia sentir.
Eram gemidos, urros e risos, uma corrente de fluidos corporais que jorravam no meio daquela amálgama de braços, pernas e órgão genitais.
Ao fim da primeira noite tinha um bilhete colado na tenda a dizer: CALIGULA. Ao fim da segunda noite fui expulso do parque.”
Não, demasiado hard-core, muito onda “ordinário e grosseiro”.

Bom, já é tarde, o relato de férias continua num próximo post.

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