sexta-feira, abril 28, 2006

Momento de esnobismo

Comprei há tempos um leitor de mp3. Já não podia estar nas estações de metro a ser enrabado a frio com a versão da Mandona de uma canção gay qualquer dos Abba. Estava tão farto daquela merda que tive mesmo de comprar o aparelho para não me sujeitar mais àquela violação.

Hoje ia todo entretido a ouvir o último sucesso da Tatiana Carina, já dentro da carruagem, quando oiço atrás de mim outros sons a sobrepor-se. Fiquei lixado, pus o mp3 em pausa e virei-me. Era um paspalho qualquer a tocar acordeão acompanhado pela música roufenha que saía de uma coluna assente num carrinho de mão. Tocou os incontornáveis My Way, When The Saints Go Marching In e o Ticotico do Fubá. As três de seguida, entre os Anjos e a Alameda.


Ilacções a tirar deste incidente:

1º - Tenho de comprar uns phones mais potentes.
2º - Portugal não está assim tanto na cauda da Europa, os imigrantes de leste já vêm para este país de tesos cravar trocos a tocar quando há uns anos escolhiam França, Alemanha e Holanda.
3º - Não sendo verdade o 2º, a França, Alemanha e Holanda já atingiram o ponto de saturação de músicos de metro e estes gajos já só arranjam lugar aqui. Ganha-se pior, mas sempre é menos mau do que passar fominha no Uzebequistão.

Porquê o título "momento de esnobismo": para mostrar aos leitores a minha já muito viajada experiência e a capacidade de fazer leituras sociológicas a la Paquete de Oliveira usando uma linguagem mesmo assim acessível ao comum dos mortais. Um estrondo, este Luanova.

terça-feira, abril 25, 2006

32 anos.

Irrita-me muito o folclore do PCP à volta das comemorações do 25 de Abril. Mas esta nova vaga de putos de direita que dizem que a revolução não serviu para nada vai fazer-me sair de casa e dar um salto à Av. da Liberdade.

sábado, abril 08, 2006

As bonecas russas


Esta coisa de fotografar cús tem uma arte que escapa à maioria dos leitores. É preciso sentir o apelo da selva, o súbito desejo carnal, o inflamado dever da propagação da espécie, da disseminação da semente, converter tudo isto numa amálgama de sentimentos recalcados e reprimidos pelos espartilhos da sociedade ocidental e, por fim, captar o objecto perturbador por meio de máquina fotográfica digital.

Mas ao chegar a casa, ao ver o resultado artístico de tão espontânea reacção, dou por mim muitas vezes desiludido e perplexo com as imagens. Ficam muito aquém da memória ainda fresca de tão violenta tentação. Ponho a hipótese de parte dessa atracção me estar a toldar e diminuir o juizo crítico, a fruição estética da geometria do cú avistado. É verosímil. Mas é outra a verdadeira razão, caros leitores.

Pela condenação social existente às demonstrações públicas de contemplação estética do rabo feminino e pela consequente impossibilidade de captar livremente as forma curvas de tão belos rabos, tento englobar a máquina digital no movimento natural da perseguição encetada, segura na mão que termina um braço estendido ao longo do corpo. Apesar do movimento contido, mais não posso fazer do que deixar a fonte de captação imagética à altura da anca. O resultado é uma visão 70cm mais abaixo dos meu olhos. Um ponto de vista diferente do que me induziu no assalto descrito. Diferente, portanto. Um coisa é querer comer um cú outra coisa é querer escalá-lo. Também o Grand Canyon transmite sensações diferentes se for observado no chão ou sobrevoado.

Olhar um cú 70cm abaixo da nossa linha dos olhos é o mesmo que ter o ponto de vista do anão. E aqui reside um brilhante teorema que vos passo a desfolhar. Tendo como princípio que a luxúria é um bichinho que quando entra nunca mais sai, que o facto de mostrarmos aqui tanta coisa boa faz inevitavelmente aguçar o apetite dos nossos leitores, não é de desprezar a ideia que estamos a conseguir também revolucionar os blogs para anões. Ou seja, se nós gostamos mais de cús vistos de cima, vistos a partir da nossa linha do olhar, por uma questão de hábito, de aculturação, já o anão está mais habituado a um plano 70 cm abaixo. O que faz com que a volúpia despertada neles com as fotografias publicadas neste blog seja ainda maior do que a por nós sentida.

Imaginemos então, num assomo de humildade semelhante a encarar como possível a existência de vida inteligente no Universo para além da nossa, que alguns desses anões se inspiraram no nosso blog para criar outro do género. E que criaram também uma rubrica semanal dedicada aos cús de da cidade onde vivem. Os anões, apesar das caraterísticas próprias que os diferem de nós, não deixam de ser sujeitos também à repressão social que os obriga a fotografar num plano inferior ao dos seus olhos.

Vai daí que uns pigmeus leiam o blog dos anões e lhes copiem a ideia.
Vai daí que uns gnomos leiam o blog dos pigmeus e lhes copiem a ideia.
Vai daí que uns duendes leiam o blog dos gnomos e lhes copiem a ideia.
Vai daí que uns estrumpfes leiam o blog dos duendes e lhes copiem a ideia.
Vai daí que uns ...

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