quinta-feira, julho 14, 2005

Cabeça à roda

Acredito que há sempre algum elemento autobiográfico em quase tudo o que escrevemos, mas desta vez irei aprofundar um pouco mais, vou falar um pouco de mim.
Podem dizer alguns de vocês em uníssono : - Lá vem este egocêntrico do caralho com as merdas do costume!
Caguei! Falo daquilo que me apetecer, olhó caralho!
Estou com febre no ossos, a cabeça a andar à roda (mas não como a catraia do exorcista) e o nariz gotejante, por isso é natural que este post faça ainda menos sentido que todos os outros.
A minha cuca não está nada coerente (duvido seriamente se alguma vez terá sido) e não consigo alinhavar duas ideias seguida, contudo, apetece-me vir para aqui encher chouriços.
Esta merda tem andado um bocado parada e acho que não faz mal um pouco de diarreia mental só para agitar estas águas estagnadas e fétidas.
Hoje não fui trabalhar, o vírus da influenza apoderou-se do corpo e obrigou-me a ficar a marinar em casa. Olha só que chatice!
Apesar de andar aqui a tropeçar nos tapetes, ter o nariz entupido e o corpo fatigado e sem força, até curto estas viroses.
Estes bichitos no fundo, estão é muito sós, por isso buscam a nossa companhia. Acho uma ternura! Como é bela a natureza!
Como gosto de estar em harmonia com o cosmos, não vou fazer por expulsar o vírus do corpo nem ficar de mau humor, ele só vai embora quando lhe apetecer.
E como bom anfitrião que procuro ser, até ponho uma musiquinha do Fausto para relaxar.
Depois de dormir um par de horas, vou até à Internet ver umas gajas. Passeio o olhar nas sensuais curvas das figuras femininas que languidamente adornam o ecrã do meu monitor.
É patético, bem sei, mas deveras estimulante. Faz voar a imaginação (entre outras coisas). Com elas dançaria o tango num qualquer salão de dança de Buenos Aires.
Com todas elas, desde as impossivelmente belas às menos abençoadas pela natureza.
Elas frágeis e sedutoras e eu a conduzir a dança. De braços firmes, com um vigoroso movimento de rotação, fazendo a minha parceira rodopiar antes de voltar a ser amparada pelo meu toque viril.
Bailaríamos durante longas horas, de improviso, ao som do piano, violino e acordeão.
Parceira atrás de parceira, juntos iríamos fazer aquele jogo feito de avanços e recuos, moveríamos um pé em cada compasso, num espectáculo de harmonia e delicadeza.
De corpos entrelaçados, roçando os sapatos entre sensuais carícias.
É melhor parar, já estou a ficar tonto outra vez.
Tento ler um pouco, mas as vogais e consoantes misturam-se no meu pensamento como numa sopa de letras. É escusado.
Ligar a televisão é que nem pensar! Recuso-me a assistir àqueles deprimentes programas da manhã.
Decido fazer algo de útil, voltar a explorar a Internet, sem rumo, a ver onde os dedos me conduzem o rato.
Passados 5 minutos, estou a pousar a vista no lombo de gajedo sortido.
A pele desnudada das jovens, fazem-me viajar até às belas praias da costa do nosso querido Portugal.
Fecho os olhos e sinto o sol a doirar a pele, o cheiro a maresia, a rebentação das ondas, a fragrância inebriante do óleo de côco na pele de uma bela morena estendida à beira mar, o cadenciado balançar de umas mamas a passarem por mim…
Que porra, e estas férias não há meio de chegarem!
Tenho que parar com esta tortura!
Estendido no sofá, de braços e pernas abertas e a curtir o estado febril, olho fixamente para o tecto.
O silêncio só é interrompido pela respiração ruidosa, a fazer lembrar o Darth Vader.
O corpo não reage, sem forças, deixo-me estar na companhia do viruzinho malandro.
Será que ele estará numa de jogar uma jogatana de playstation comigo? Era uma boa!
Depois de debatermos o assunto, ele convence-me a ir descansar os olhitos para a cama.
Não tenho forças para discutir. Vou destilar um bocado para o vale de lençóis e sonhar com as férias que se avizinham.

1 Comments:

At sexta jul. 15, 02:29:00 da tarde, Blogger Samantha said...

Adorei a expressão "catraia"
mas "uma musiquinha do Fausto para descontrair" ?!?!?!
caramba! que raio de gosto!!! :)

 

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