quarta-feira, fevereiro 16, 2005

O que fazer no dia 20?

A discussão é actual e não podia ser mais urgente: face ao vazio da generalidade das propostas e discurso político desta campanha, qual a melhor atitude a tomar no Domingo?
A primeira opção prende-se em usufruir ou abster-se do direito de voto. Exercendo o direito de voto, existem também três hipóteses: votar num partido, votar em branco, votar nulo.
A meu ver, a abstenção representa um acto de cidadania reprovável. Se por um lado compreendo o desinteresse e desencanto que nos traz a política nacional, não deixa de ser perigoso aceitar o sistema democrático rementendo para uma minoria a escolha dos nossos representantes. Parece lamechas, mas o voto livre custou muitos anos e muitas vidas destruídas. Havia, há 31 anos atrás, quem não pudesse exercer o direito de voto por ter tomado posições políticas contrárias ao fascismo. Este argumento não deve ser invocado ad eternum, daqui a 100 anos faz cada vez menos sentido falar do 25 de Abril, mas ter opinião e poder dizer mal do rumo do país não se deve resumir a conversas de café, a uns clichés sobre a classe política.
O descontentamento pode ser mostrado pelo voto em branco, que simboliza o total descrédito pelas opções apresentadas, como que "eu vim votar, estou interessado neste processo, mas dadas as escolhas sou incapaz de fazer uma cruz neste papel."
O voto nulo tem também esta mensagem, e conheço pessoas que desconfiam tanto do sistema que têm medo que os votos em branco sejam aproveitados para capitalizar votos para um partido. Não imagino isso na contagem dos votos, mas tendo em conta a polémica criada na altura das eleições autárquicas ganhas pelo Santana Lopes ao João Soares, é lícito especular. Apesar disso o voto nulo faz-me lembrar os tempos de liceu, numa atitude provocadora, o uso artificial do direito de voto, a nula consciência democrática, e, mais uma vez, a merda de ensino que temos. Desenvolverei este tema num post futuro.
Tenho assim que no Domingo há duas possibilidades: ou votar em branco, ou votar num dos partidos. E nesta possibilidade confesso que penso sempre no voto útil, não no sentido que tem sido dado, o da maioria absoluta, antes o da diversidade de opiniões e esforços. Pouco me interessa que o PS ou o PSD tenham um 100º deputado que pouco faz para além de carregar no botão A FAVOR ou CONTRA da sua mesa por indicação do partido.
Deixo aqui aberta a discussão aos forenses e também aos milhares de visitantes deste blog.

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