quarta-feira, fevereiro 16, 2005

A morte da democracia - a eleição do delegado de turma

Não tenho muito tempo, mas queria rapaidamente por também esta discussão sobre a mesa.
Certamente se lembrarão das anuais eleições de delegado de turma. Todos combinavam previamente quem seria o otário do ano a eleger. Começa aqui o total desapego, descrédito e desilusão quanto à democracia. Começa aqui o atraso que tem Portugal em todos os índices económicos, culturais e sociais da europa.
Começa também aqui a hipocrisia do sistema: lembro-me da directora de turma apelar ao bom senso, à nossa consciência, a apelar ao usufruto cívico e digno do direito de voto, toda aquela conversa ainda muito impressionada pelo 25 de Abril recente. Mas lembro-me também do vazio de acção que tinha o Delegado Turma. Nada mais fazia do que ir buscar o livro de ponto, e nos primeiros dias após a eleição vigiar o comportamento dos colegas na sala de aula antes do professor chegar. Duas tarefa odiosas, indesejadas e pouco prestigiantes. O frete do livro de ponto e o papel pidesco de denunciar os colegas ao professor. A democracia morre nesse instante, mantendo-se uma aparência artificial, penosa. Quanto destas experiências não são trasnferidas para as eleições "a sério" como a de dia 20? Quantos de nós não tem, mesmo que inconscientemente, a mesma atitude de outrora?

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