quarta-feira, junho 15, 2005

R I P

Fugiram deste mundo três homens conhecidos. Vasco Gonçalves, Álvaro Cunhal e Eugénio de Andrade. Poder-se-ia dizer que a crise afectou também os serviços celestes e que a ascenção sai mais barata quando é feita numa viagem só, com os anjinhos carregados que nem burros. Mas desconfio que não partam todos no mesmo sentido, pelo que a teoria não deve estar correcta.

De repente, uma infindável horda de adolescentes desata a fazer homenagens póstumas a Álvaro Cunhal, "o grande líder da classe operária" sem fazerem ideia do percurso e luta contra o fascismo. Não lhe tiro esse mérito, mas não venham com as tretas do costume: "Um homem de grande coerência, de grande verticalidade, um humanista, etc..." Um gajo que sempre foi stalinista, que sempre fez do seu partido uma máquina totalitarista, sem espaço para vozes independentes, laterais à cartilha do Comité Central, tornando-o no menos democráticos dos partidos portugueses, não me merece uma homenagem hipócrita. O comunismo é um sonho lindo, mas não manchado de sangue.

1 Comments:

At quarta jun. 15, 09:25:00 da tarde, Blogger Cylon said...

Bem LuaNova concordo com algumas (bastantes) das coisas que dizes aqui, mas conheço um amigo (comuna) que te manchava de sangue a ti se lesse isto :S
Sorry, n brinco mais

 

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