Embaraços
Decerto que todos vocês já passaram por situações embaraçosas na vida, por isso vão certamente compreender a angústia que situações como a que vou relatar de seguida, podem provocar nas “psiques” mais desprevenidas.
Há algumas primaveras atrás, era eu ainda um adolescente inconsciente (agora sou só inconsciente), decidi ir alugar um filme no clube de vídeo da minha rua.
Chegado ao dito clube, deparo-me com aquilo que todo o jovem com as hormonas em efervescência, deseja com todas as forças do seu ser.
Para aqueles 0,01% de leitores do sexo masculino, que não sabem do que raio estou a falar, a resposta é uma GARINA, evidentemente!
E era bem gira, e estava sozinha, vejam só!
Não que o facto da moça se encontrar sozinha fosse adiantar alguma coisa, ou dar-me alguma vantagem numa hipotética tentativa de engate, nada disso.
O facto de eu ser até aos dias que correm, um nabo com uma rama até ao céu, retira-me qualquer vestígio de esperança numa situação deste tipo.
No entanto, para um puto inexperiente, só o facto de estar sozinho com uma brasa daquelas num raio de 3 metros, era o bastante para me ter deixado um “tudo-nada” nervoso.
A esplendorosa jovem encontrava-se à espera de ser atendida, e à medida que eu me aproximo, cruzámos o olhar.
Do cruzar o olhar ao ficar olhar fixamente foi um pequeno passo.
Aquela morena de lábios carnudos não tirava os olhos de cima de mim!
E agora? O que faço eu? Eu bem procurava na minha base de dados mental, de algo para dizer, mas com os nervos, a minha capacidade de raciocínio ficou equivalente à de um rebuçado do Dr. Bayard.
Enquanto que o olhar penetrante da bela jovem, me deixava cada vez mais ruborizado, sentia um calor espalhar-se por todo o corpo.
A situação manteve-se assim durante alguns segundos, até que ela apontando para o meu nariz, exclamou: “-Tens aí uma coisa!”
Juro-vos, num ápice, o meu ego que estava cheio como um balão de feira, vazou e ficou pequenino e engelhado.
Toda aquela recém adquirida confiança, desmoronou-se como um castelo feito com um baralho de cartas (onde é que eu já ouvi isto?).
Pendurada numa narina, estava uma massa viscosa, absolutamente nojenta!
Afinal, o que poderia ter sido uma linda história de amor, foi rapidamente obliterada por um macaco do nariz (como dizem os pequenitos), vulgo “burrié” ou “cagaita”.
E como se não bastasse o embaraço, aquela merda parecia aquelas fitinhas intermináveis que os palhaços costumam tirar do nariz.
Andei ali à luta para conseguir extrair todo o “produto” do nariz.
Até hoje, nunca vi algo com semelhante textura, consistência e tonalidade sair do nariz de alguém.
Por momentos pensei que tivesse vida própria, que fosse um filha da puta de um alien!
Só me lembro de um clássico filme de sci-fi chamado “The Blob”.
E assim se desfez a doce ilusão de um episódio romântico na vida de um adolescente.
Arrumei com jeitinho e sem levantar ondas, a “criatura” no bolso das calças (à falta de lenço, foi o que se arranjou), e tentei passar despercebido.
Não mais me atrevi a olhar a menina nos olhos. Até ser atendido, procurei a todo o custo, alhear-me o mais possível daquela situação tragicómica.
Para terminar e para a petizada que porventura lê este blog na Internet alojado, deixo uma importante lição de vida.
Quando saírem de casa, vasculhem bem essas cavidades nasais em busca de seres hediondos cuja única missão é acabar com a vida amorosa de um gajo!
1 Comments:
Tiveste azar de a gaja não gostar de sexo com animais...
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