Falam, falam, e não dizem nada...
Não querendo ser acusado de só fazer posts de escárnio e maldizer, devo dizer que acho os taxistas, vulgo, fogareiros, umas melgas do caralho.
Compreendo que andar com um carro nas unhas, a transportar estranhos de um lado para o outro, seja uma actividade deveras entediante. Deve ser de facto, uma grande chatice, andar nas filas de trânsito a fritar ao sol. Porém, tal não lhes dá o direito de massacrarem o juízo aos clientes.
Um gajo quer é chegar em paz ao destino e não ser importunado com dissertações pseudo-filosóficas sobre o sentido da vida ou do actual estado do futebol profissional português.
Outro dia, ao pousar os olhos numa bela jovem que estava a ser transportada por uma das referidas melgas, deixei a minha veia voyeristica fluir.
Não pude deixar de reparar na candura da expressão da jovem. Pelo gesticular do senhor taxista e pelo repetido anuir de cabeça da menina, depreendi que a mesma estava a levar uma “seca” descomunal.
Ocasionalmente, envolvia os dedos num pedaço de cabelo, na esperança de se alhear na medida do possível, do monólogo, “quasi” conversa.
Lembro-me que senti uma imensa ternura por aquela jovem, cujo olhar paciente e meigo se refugiava nas mãos que repousavam no seu regaço.
Coitadinha! Aquela criatura tão doce a ser massacrada por um grunho de merda! Podia ela estar a fazer coisas tão mais interessantes, como estar com aquele bordedo a aceitar caralho, por exemplo.
Estas coisas revoltam-me sobremaneira! Houvesse uma mãozinha divina que no momento certo, guinasse o volante, de modo que viatura se abraçasse violentamente a um poste.
Eu sei que parece um pouco “kamikaze”, mas ás vezes parece que é a única maneira de calar a “matraca” desses madraços.
Que me interessa saber da festa de aniversário da netinha e do pé chato do irmão caçula?
Vão mas é falar com o D.Pedro, caralho!
Deixem os clientes em paz e parem de chatear, meus amigos!
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