O tempo a passar
Vai um gajo votar, rapa do cartão de eleitor, compara o número com as listas afixadas nas paredes, e aprecebe-se que está a ficar velho. Na 1ª mesa de voto estão os anciãos do bairro, na 6ª os recém recenceados, putos de 18 anos (são mais as miúdas, novinhas, a cheirar a leitinho, segundo as estatísticas). Eu fiquei na 4ª mesa. Faltam-me três. Depois, vou-me desta vida.
Já não é só uma sensação de inutilidade que se abate sobre mim quando vou votar, por saber que, seja qual for o meu voto, o país dificilmente sairá deste lodo corrupto e paralizante. Quando era criança e jovem olhava apenas para o futuro, agora olho para o futuro, mas também muito para o passado. É como uma longa viagem que está a chegar a meio.
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